Cabeleireiros ensinam a cuidar dos fios entre uma química e outra
Químicas como o alisamento exigem cuidados especiais entre uma sessão e outra
É difícil encontrar uma mulher que nunca tenha se rendido à tentação de entrar em um salão e mudar os cabelos com um processo químico. Pode ser uma tintura radicalmente diferente da cor natural, uma escova progressiva, algumas luzes discretas ou até mesmo um alisamento definitivo. Seja qual for a escolha, o fato é que aqueles fios nunca mais serão os mesmos depois de uma química. Além de cuidados específicos no dia-a-dia, será necessário refazer o processo periodicamente para manter os resultados alcançados. O problema é que, muitas vezes, entre uma sessão e outra o cabelo pode tornar-se difícil de lidar. Raiz crescida, cor desbotada, ressecamento e pontas duplas são alguns dos itens que costumam afligir as mulheres que optaram por uma transformação deste tipo.
Saber aguardar o período de pausa entre uma química e outra, usar os produtos adequados ao seu tipo de cabelo e lançar mão acessórios e penteados para disfarçar os probleminhas que possam surgir nessa entressafra estão entre algumas dicas dos profissionais. No entanto, nunca deixe de pedir ao seu cabeleireiro uma orientação após realizar qualquer processo químico.
Intervalo entre químicas:
É preciso ter paciência para respeitar o intervalo entre um processo químico e outro. O tempo vai variar conforme o tipo de cabelo, o procedimento realizado e a tolerância da cliente. Em mudanças de cor, é preciso levar em consideração a quantidade de fios brancos, o crescimento individual do cabelo, a diferença entre a tonalidade escolhida e a base natural do cabelo. Normalmente, o retoque ideal é feito entre 30 a 40 dias.
Reflexos duram em média de dois a três meses, "ou o quanto a mulher suporta uma raiz. Algumas não agüentam um dedo e meio, outras deixam crescer até três dedos da cor natural", diz Guilherme Cassolari, do salão Cassolari's, em São Paulo. Luzes podem durar até seis meses, enquanto tonalizantes precisam ser reaplicados mensalmente. A escova progressiva exige retoque a cada dois ou três meses. Já o alisamento definitivo pode durar entre três e cinco meses.
Saúde capilar:
Na ânsia de repetir o processo químico assim que o cabelo começa a perder as características adquiridas com a transformação, corre-se o risco de comprometer a saúde dos fios, muitas vezes gravemente. "A química, de uma maneira geral, reestrutura o fio, e nem sempre essa nova estrutura é saudável", diz Wilson Eliodorio, do salão Wilson Eliodorio Studio, em São Paulo. Segundo ele, é comum haver um "choque de elementos", quando a mulher muda de profissional e/ou produto, podendo resultar em queda, quebra, escamação do fio e desidratação. Por isso, quando o cabeleireiro se negar a realizar algum procedimento mais radical, pense duas vezes antes de correr para o próximo salão e tentar convencer outro profissional a mudar os seus cabelos.
Cuidados em casa:
Pode parecer detalhe, mas utilizar os produtos indicados para o tipo de tratamento feito no salão ajuda a fazer a diferença no modo como o seu cabelo vai se manter no dia-a-dia. "De alguns anos para cá temos mais tecnologia na formulação dos produtos, por isso, ao manter o tratamento em casa, você consegue ter resultados eficazes com xampu, condicionador, máscara e leave-in apropriados para o seu tipo de cabelo", afirma Julio Crepaldi, cabeleireiro do salão Galeria, em São Paulo. Se você fez mais de uma química no cabelo, por exemplo, tintura e alisamento, alterne os produtos, dando prioridade para a química mais forte. Neste caso, o alisamento é o mais forte, então, se você lava o cabelo três vezes por semana, em duas use os produtos para o alisamento, e em uma, para a cor. A maneira de lavar também pode favorecer - ou não - os fios. Juntar todo o cabelo no alto da cabeça, naquele movimento instintivo clássico de lavar os fios, em movimentos rotatórios, por exemplo, é desaconselhável para os crespos. "O ideal é esfregar a raiz sem levantar o cabelo, porque ajuda a manter a oleosidade natural. Além disso, quando tudo vira uma maçaroca, os cachos demoram a voltar ao seu formato após o enxágüe", diz Eliodorio. O conselho para os longos é realizar a lavagem em etapas, começando da raiz, passando pelo comprimento e finalizando nas pontas.
Erros comuns:
- Fazer químicas em excesso acreditando que uma hidratação pode salvar tudo. Dependendo do caso, a hidratação terá um "efeito Cinderela", pois no fundo os fios já estão podres e a única saída é um corte;
- Usar xampus anti-resíduos sem parcimônia. Esse tipo de lavagem é indicado antes de uma hidratação ou de outros tratamentos profundos, pois abre as escamas dos fios, deixando-os mais porosos. Em cabelos tonalizados, o uso desse produto elimina a coloração mais rapidamente. O intervalo mínimo recomendado é de 15 dias, sempre seguido por uma hidratação;
- Acreditar que uma química que caiu bem na sua amiga também serve para você. Cada cabelo possui uma estrutura diferente, alguns são mais fortes, outros menos. Nem sempre seus fios poderão encarar o mesmo processo de maneira saudável;- Usar uma tinta, não gostar e reaplicar outra em seguida. Chega uma hora que o seu cabelo vai perder muita qualidade, por isso, o melhor é fazer a primeira escolha consciente, para não correr esse risco.Aliados e truques: Acessórios para o cabelo são bons aliados em momentos em que ainda não podemos repetir a química nos fios. Lenços, faixas, tiaras e presilhas ajudam a dar uma graça no penteado e tiram o foco do estado dos cabelos, basta encontrar algo que se encaixe no seu estilo. Um rabo-de-cavalo, um coque, ou apenas prender os fios de uma maneira despojada também são algumas saídas para disfarçar o mau momento do cabelo na entressafra das químicas. Fazer uma escova ajuda a dar brilho e manter os fios mais disciplinados, especialmente se acompanhada de produtos como leave-in, sérum e gotas siliconizadas. Aliás, bons finalizadores atuam como uma manutenção do tratamento, pois trazem em sua fórmula nutrientes, vitaminas e filtro solar que só vão contribuir positivamente para o aspecto geral do cabelo.
fonte: Folha/uol
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